Os efeitos da crise do abastecimento hídrico

O Brasil é uma das principais referências do mundo quando o assunto é recursos hídricos, ele sozinho detém os maiores aquíferos do mundo: o Guarani e o Alter do Chão. Sendo assim, como os aquíferos são de difícil acesso, a ciência vem desenvolvendo novas tecnologias para a exploração de águas subterrâneas.

No entanto, essa exploração tornou-se excessiva em algumas regiões brasileiras, devido à escassez de águas
superficiais, e ainda vem causando sérios impactos ambientais.

Nesse contexto, água salobra é a designação natural para um tipo de água que ocorre em ambientes de transição do mar para a terra, entretanto o termo também é usado popularmente para indicar uma água salgada, contaminada e até mesmo de cor amarronzada. Tais indicadores apontam  ineficiências dos sistemas de tratamento de água presentes nas mais diversas cidades costeiras do Brasil, para contornar essa situação inúmeros moradores perfuram em suas residências poços artesianos e, para bombear água, fazem o uso de bombas hidráulicas.

Porém, ao contrário do que muitos pensam, poços artesianos não são uma solução em definitivo, pois um dos impactos causados por essa exploração excessiva é a poluição. O aquífero Guarani, por exemplo, vem sendo contaminado com produtos químicos da agricultura entre outras fontes pontuais e difusas, devido à alta vulnerabilidade nas zonas de recargas.

Além disso, outro impacto causado pelo crescimento urbano e, consequentemente, do número de perfurações é a impermeabilização do solo colaborando para enchentes, pois diminui o poder de infiltração do solo. Ademais, outro fator a ser levado em consideração é a salinização do lençol freático ou até mesmo sua seca, já que seu reabastecimento vai ser prejudicado.

Por fim, o gasto energético também é elevado, porque a retirada de água do subterrâneo exige um gasto energético e, para isso, são utilizadas bombas hidráulicas que aumentam o valor na conta de luz.

Portanto, para amenizar a crise hídrica e, consequentemente contornar as perfurações desenfreadas de poço artesiano, é preciso primeiramente reduzir o gasto energético de bombas para que o ganho econômico possa ser investido nas redes de tratamentos. Além disso, é necessário que os regimes de chuvas sejam novamente regularizados. Tudo isso passa por uma diversificação do sistema energético que além de minimizar a emissão de gases do efeito estufa, torna nossa matriz energética mais diversificada e, desse modo, mais barata.

 

 

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